Terceiro sinal
Noite de estreia. É visível tensão dos últimos ajustes. O cenário requer cuidado, a interpretação tem que ser impecável, mas, tal qual o jogo diário, admite improvisos e surpresas. O diretor maior acredita no elenco, falta pouco para abrir as cortinas. Teremos sorrisos do público? Aplausos em cena aberta? Silêncio? Ou um celular interromperá o diálogo. Primeiro sinal. Na palteia o burburinho é intenso. Cada qual buscando o seu lugar. No palco, coadjuvantes anônimos complementam a cena garantido o desempenho dos artistas principais. Na coxia ainda se ouve uma oração. Olhares tensos e esperançosos determinam a insensatez do momento. Nos bastidores não há mais tempo para ajustes. Segundo sinal. Coração apertado. Um abrir de asas na emoção. A loucura dará vida aos personagens e a expectativa da incerteza brinca com os saltimbancos insanos. O momento é agora. Foi dado o terceiro sinal. Não há como voltar no te...