Indolência
Começa de forma repentina. O ar parece acabar e a fragilidade do tempo se torna impotente diante do sofrimento que se avizinha. É falta, é saudade e a sensação de aperto embaça o espelho cansado de ver a pele marcada e ouvir a mesma ladainha. O batimento cardíaco é imperceptível, quase insignificante. Arrumar as almofadas, redecorar a sala parece um recurso plausível. Admitir a incapacidade de mudança requer um esforço além do planejado. Uma valentia suprema que tenta acalmar a preguiça, a indolência que nega a prática de qualquer ação. O toque do celular denuncia a chegada de mensagens de otimismo, mas a fatalidade de quem as interpreta não permite qualquer afago. Busco a voz do amigo mais antigo, não dá para conversar...está indo para Lisboa. Terra do fado, da canção que faz chorar a alma. Compras sempre se apresentam como certeza de terapia. Passear no shopping exige uma disposição que não encontro. A solução está nos sites. "Raios que o partam"! Por qu...