Simples descarte
Não havia percebido a sombra no sorriso amigo, a nuvem nas atitudes e palavras. A conduta embalava a inveja e os tropeços não deixavam o caminho fluir. Talvez seja o enfrentamento de astros acreditando que o eclipse seja um fenômeno natural na pretensa amizade. E tal qual uma cena teatral, o parecer ser é mais forte do que existir. A troca torna-se simples nesse absurdo jogo do poder. Não dá para viver sempre preparada para a próxima armadilha. Imaginar inimigos pairando numa ameaça tênue, com delicadas tramas em uma versão da verdade. Quero a força e não a forca. O algoz prepara o golpe fatal e usa de uma gentileza travestida de carinho. A frase "deixa comigo, eu resolvo" está encoberta por uma sutil sentença de morte, O que fazer? Aceitar como passividade o desafio, culpando o destino? Ou assumir a Síndrome de Poliana e acreditar na validação subjetiva da aceitação?