"Todas as suas dores importam"
Desavisadamente, assistindo a um comercial de televisão uma frase chamou minha atenção: "todas as suas dores importam". Confesso que esse recado deve ter passado por mim várias vezes, mas hoje tocou profundamente o mais escondido cantinho, com poeira e, por vezes abandonado, de minha alma. Minhas vitórias, meus fracassos e minhas esperanças foram estimuladas de forma indelicada e mexeram maldosamente com sonhos adormecidos. Me dei o direito de entender e aceitar que o aperto no coração, o beijo negado e o abraço sem toque machucam. A solidão é presente e a negação é covardia. O isolamento é doloroso e o distanciamento veio para salvar. Mas hoje, sem questionar privilégios, me entrego ao cansaço, ao padecimento e comungo com essa agonia do nada fazer e de muito aguardar. Se minha dor é importante, deixo dilacerar. Rasgar entranhas e apresentar feridas sem o pudor de que podem pensar os destemidos e voluntariosos. Talvez seja o m...