Tanto faz

Os dias vão passando... 

Ora rápido para os afazeres e lento na distância.

Os passos parecem marcados, o solado machuca a alma. E não tem como reagir ou negar a dor da ausência.

Tento me defender de ataques de sofrimento e nostalgia. 

O café me faz companhia e sou atropelada pelas lembranças.

Elas não chegam bonitas, surgem de forma galopante e arrebentam qualquer expectativa. Mexem com as estruturas gravadas na alma e desgastam a palavra saudade.

Penso que estou calma, mas na verdade posso estar anestesiada.

Uma aura de "tanto faz" parece rotina. Não sou uma brisa suave e nem tão pouco um furacão de temor.

Tento resguardar emoções. O objetivo principal é não me deixar ferir. 

O amanhã chega ao acabar a madrugada.

 E vem o dia, e vai a noite, passa o tempo e não há acordo com o futuro.

Quem me dará o benefício do bom comportamento? Quem entregará a sentença final? Quem pode amparar o compromisso da verdade?

Aonde ficaram as frases otimistas escritas no velho diário da juventude? O sonho do folhetim morreu... E que eu possa, quem sabe, renascer das cinzas.