Ainda escrevo cartas
“Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel.” Rubem Alves A distância me lembra cartas... A saudade me faz pensar em envelopes e cartões, sentimento traduzido no desenho do texto. Emoção. E uma incontrolável vontade de conversar, partilhar, saber e encontrar. Talvez seja essa a motivação. A definição de Rubem Alves parece desvendar o meu segredo. Na infância, por mais cadernos de caligrafia que fizesse não teve jeito, minha letra sempre foi horrível. Legível, mas feiosa. E o texto parecia gritar dentro de mim. Muitas vezes recorri à máquina de escrever, apesar da poesia de Quintana alertar: "E depois, como pode ser íntima uma carta escrita a máquina? Traz ideia de distância, de pequena mas intransponível distância… como um beijo dado de máscara ". A professora de Português que ensinou como preencher um envelope, destinatári...