Paciência em jogo


E vem o rei, persegue a dama, surge o sete... E  o valete é o necessário para conquistar.

O três está preso, o cinco é vermelho e tem o oito preto para escolher.

E passa o quatro, embala o seis e nada de achar o par.

Ampara o nove e pula uma e outra e não dá para desfazer. E volta o sete, mas sem o valete nada vai acontecer.

Aparece o seis, mas o choque é grande e nada parece mudar.

E vem o dia, brinca com a noite e o jogo é recorrente, difícil de resolver. 

Procura o ás, coloca no lugar... Uma esperança paira no ar. Mas sem o dois a sequência não acontece, é hora de embaralhar.

Perde a paciência, questiona a inteligência e o destino é desaparecer.
Aperta a tecla, antes suave, no desejo de misturar.
Um perder e ganhar...
O que faz esse oito aqui?
Só mais uma rodada antes de dormir.  O corpo está indolente e persegue a vitória para sobreviver. 
O telefone não toca. É  só uma armadilha para distanciar. 
O três é vermelho, em duplicidade, não dá para partilhar.

E vem a lágrima, que ameaça, e embaça a paisagem já acostumada a desafiar. 

Outra rodada, a dama está isolada e os olhos fixos só desejam a combinação perfeita para vencer.

O peso do mundo desafia a mente cansada, a madrugada apresenta o isolamento de o nada acontecer.
Desliga a máquina... 
Deixa para depois a vontade de ser e conquistar.

Comentários

  1. amiga, como isso ocorre na vida. Quantos momentos de dificuldades, de estradas que nos parecem sem saídas...e muitos desistem, não sabem a força que há em cada um e que só nós somos responsáveis pelo seguir e atingir nosso destino. Continuar o jogo, mesmo achando que não vai conseguir, nos faz chegar a vitória. Persistir e não desistir de si...isso é viver

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  2. Este vai para o livro, pelo menos na minha opinião.
    Maravilha. Adorei

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