Cilada
Em um momento de inquietação, do desejo de subverter e de
interferir. Da urgência em se posicionar e de ler o que não está escrito, nasce
a resistência.
É necessário modificar
o enredo rocambolesco, que grita em aventuras e transforma o bandido em um semideus.
Hoje o desejo é clamar por mim, pelo outro, pelo oprimido.
Sofro com a humilhação, com a dor do medo que se avizinha na esquina. O perigo está em cada canto, escondido em ira.
O pesadelo torna-se lamento. As mãos atadas não
compactuam do gesto banal, que os infelizes utilizam na certeza da impunidade. Os insultos são normais, não há mais o cuidado
e o zelo.
Embalados em sonhos, de farsa e trapaça, homens jogam,
dividem e humilham. O véu da fraude se
apropria de rostos e de esperanças.
O conceito de empatia se perde e não é mais preciso
compreender e vivenciar sentimentos do outro.
E na emoção de mais um dia, surge a canção de João Gilberto:
" O pato, vinha cantando alegremente quém, quém
quando o marreco sorridente pediu
pra entrar também no samba, no samba, no samba..."
Sua sensibilidade nas palavras demonstram a força de sua personalidade. Alguém que pensa em si, mas tbm no outro. Me sinto inquieta tbm. Tenho as mesmas impressoes e semsacões deste momento que vivemos. Obrigada professora por colocar em palavras nossos sentimentos!
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