Esse pecado não é meu


  Regra, mandamento e determinação.   É assim que ele quer. Faça dessa forma, siga essa diretriz e tudo ficará bem. Sem limites se aceita a ordem do coro feliz que indica como agir. A orientação é superior. Por vezes imaginária e em outras é retirada de escritos ditos milenares que nos obrigam acreditar, sem questionamentos.

Impossível não absorver dogmas e valores introjetados desde o ventre. Qual o motivo das mãos não se entrelaçarem e do beijo negado? É obrigatório vivenciar na vitrine mais um autômato sem expressão.

Onde está o segredo da eternidade? Qual o devaneio que impede de santificar o que é dito no templo, em qualquer tempo? Como não questionar o que é permitido por homens que se anunciam profetas e se escondem no autoritarismo desmedido? Como não odiar a hipocrisia de sorrir para rostos tristes?

Um coração puro talvez não entenda a malícia do soberbo. Com sua velha casaca, o poder impõe sua vontade e,  envolto na escuridão, assume o ar soturno do medo.  Na pouca lista de permissões também não se pode questionar. O pecado permeia o ilusório e se faz concreto.

Insinuações. Não ser o que se é.  Uma violência imposta pela utopia dos fracos. Ou, quem sabe, uma coragem voraz que nasce das entranhas. Num sonho é permitido acreditar. 

E há de chegar o momento que só o basta... Bastará.



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