Silêncio

Uma echarpe de seda vermelha desce do cabideiro e grita ao bater no chão.

O tilintar da colher, na companheira xícara de café, ecoa pelo corredor da casa e lembra que há um mundo a se redescobrir.

Nas janelas as panelas tornam-se a voz de uma sociedade cansada de tanta humilhação.

Na parede branca um jogo de letras se forma e a saudade é denunciada em neon.

O antigo relógio anuncia o passar de horas com um canto desafinado.

Não há vozes, pode se ouvir  ao longe uma toada triste, na dor de uma ode ao exílio.

E mais um dia termina em silêncio






foto: Te Cris



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