Exílio
O descompasso das malas na esteira, o frescor suave em um dia de sol, a emoção ao ler nas entrelinhas a tão sonhada frase de amor.
O arrepio num toque das mãos, uma longa viagem de tempo curto, um livro de enredo fascinante.
A roupa larga na estética da ditadura, as grandes decisões em um papo no bar, a ideia do belo e sua tirania.
O descompromisso de comprar inutilidades, carregar sacolas de desejos, sentir uma vitória interior apenas por seguir.
A injustiça da espera de uma ligação, os dedos rápidos no teclado acelerando a expectativa, o café forte empurrando para a vida.
O encontro do sagrado, o raio de sol penetrando na fresta, a desorganização do armário arrumado, a vitória de um novo quadro na parede
A lágrima teima em aparecer. O calendário não perdoa, indiferente ao tempo e ao espaço
* foto: Te Cris
esse isolamento que nos foi imposto...é pior que o exilo...parece não ter fim...quebra inclusive o tempo...que tempo???
ResponderExcluirMarca registrada
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