Noite da virada
Euforia. Grito preso na garganta. A desconfiança de um novo ano chega amarrada na esperança.
Pandemia. Reprimidos em afetos, os braços pedem abraços entrelaçados.
A sala em penumbra recebe a lembrança da luz do olhar que não ofusca, e sim ilumina.
A contagem das horas embala pedaços de sonhos, vedados por uma circunstância,
O agradecimento se faz necessário ao constatar que amigos são festa, mesmo distante fisicamente.
O ano vira a cada instante na reportagem da tv. Fogos e música aconchegam sentimentos e por segundos se vive essa emoção.
20h30 panelas vazias ecoam por toda avenida e um brado de desespero é ouvido: FORA.
Uma volta para a triste realidade de mais desmandos e desprezo pela dor alheia ainda estão presentes.
E num segundo o calendário marca a mudança. Um brinde solitário se junta a tantos outros que teimam e resistir.
foto: Te Cris Tesser
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