Cansei. Não encontro inocentes.




Frases feitas de motivação, discurso de paraíso na terra e "deixar o coração falar" são ponderações que irritam profundamente. Convivemos com  travestidos de seres angelicais que não querem ser cancelados. Parece que vivemos em um mundo perfeito e as relações são todas  baseadas na delicadeza, no bom senso e na fraternidade.

 Até a disputa do BBB, programa de entretenimento,  quer adocicar personalidades e egos, não importando o prêmio de um milhão e meio de reais.

E para prosperar trombamos diariamente com instrutores (coach) que vão nos fazer evoluir. E treinamos sorrisos, olhares e o futuro  de uma beleza clássica.  O gingado da capoeira é abandonado em troca de passos ensaiados para o estrelado.

Não há fome. Não há violência. Não há preconceito.
Moise, um homem congolês foi espancado até a morte no Rio de Janeiro.
Essa pandemia nos deixou cegos. O mundo ditando mudança, esfregando na nossa cara o possível fim e ainda temos o desplante e o atrevimento de sermos soberbos. 

Um post publicado hoje por uma querida jornalista me fez rever momentos e situações. O descaso com a história das pessoas é constante. Somos todos descartáveis. 

Surgem os donos da verdade, do entendimento e do certo...  desde que seja  a sua opinião.

Saudade de minhas assembleias estudantis e da luta por direitos. De ter convicções e saber ouvir. E principalmente quando a pessoa era valorizada apenas por ser.

O retrato está claro. 


*Foto: Te Cris

Comentários

  1. Tipo ser convidado a um evento onde você sabe irá saborear impostos sonegados e assistir uma incrível sessão de poses e sorrisos. A alternativa B nos deixa em casa. Preservados.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Compartilhar/ Curtir

RENATA AGONDI

Sérgio Cabral, o pai