Sou chefe, mano
Cansei de tanto mimimi. Tanta idiotice. É
uma busca pelo poder do nada.
A função é assessor do primo do vizinho do tio, que é gerente da empresa terceirizada contratada para fornecer mediocridade ao diretor da companhia.
A função é assessor do primo do vizinho do tio, que é gerente da empresa terceirizada contratada para fornecer mediocridade ao diretor da companhia.
Agora é chefe. Manda. Ordena, para ser mais
amena, coordena. O quê? Quem? É uma vertigem de sobreloja que faz despencar
rapidinho.
Mas, o seu superior gosta. É adulado, bajulado e gratificado em sua
vaidade. E surge o reles e vulgar ‘puxa-saco’.
Esse sim, um ser vil, que agrada de modo
servil ao comandante supremo.
Frases jogadas, ironias e falsos elogios
todos estão na conta do bajulador. A frase parada no ar, pela metade... Dando a
entender, mas sem afirmar.
Por que isso me irrita tanto? Para Foucault o poder não existe, e sim as relações de
poder. Por que temos que estar no
topo para ser admirado, honrado e amado? Por que um sempre tem que ser mais?
O poder quase sempre está agregado ao ter.
E o ser?
Prefiro a troca, a conversa, sem jogo com
blefes. Não tenho necessidade de esconder alguém para aparecer. O sol aquece a
todos. Prefiro valorizar o cidadão. Prefiro acreditar em pessoas livres.
Escolho a troca, o diálogo e as mãos unidas.
Minha opção vai além da falsa tolerância.
Quero o abraço fraterno, a oportunidade de dizer e ouvir.
Abro o meu Porto, ergo a taça, e faço um
brinde aos tolos que pensam que tudo podem.
Eu fico com minha fé e vou ser feliz.
O submundo dos pseudos se entrelaça na teia da festiva mediocridade.
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