Um recanto


O encontro poderia acontecer em uma pracinha, de uma cidade escondida em um canto do País. 

Percorro o mapa com os olhos fixos procurando o lugar. No extremo Norte. Não! O sol talvez castigasse a pele e a sensação térmica afastaria a importância do diálogo.

Mudo a direção, vou ao Sul. O frio, quem sabe, pode estar cortante. As mãos geladas e a neblina oferecem um lindo cenário, a oportunidade para um abraço e mais uma vez, as palavras vão se perder.

Penso e repenso. Quero um recanto, escondido entre flores e mato. Passarinho e folhas ao vento. Tema de um filme de sessão da tarde. A loucura parece invadir a alma e aperta o peito e nasce o amor sublimado.

Um banquinho colorido brinca com minhas lembranças de infância e oferece um espaço na memória, que desponta como uma marca poderosa para o renascer.

Coragem para escutar meu coração e deixar que ele invada o mundo, tal qual uma notícia de primeira página que perturbe o universo com o sentimento que não dá trégua.

Um recorte de um momento feliz, que teima em voltar.  Devolvo a dor em texto.

A paragem pouco importa. O instante é agora. A utopia se faz presente na harmonia da descoberta. E do grito calado que teima em ser feliz.





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