Ninguém apanha, e é assediada, de graça

 


Se já não fosse tão sofrido conviver diariamente com mortes e o isolamento social ainda somos atacados com declarações e atitudes de autoridades que nos machucam  sem piedade.

Depois da revolta em assistir um juiz dizer a uma mulher que "ninguém agride ninguém de graça". Temos que conviver com o deputado que assedia a colega na maior naturalidade. 

"Que país é esse" cantava numa súplica o incrível  Renato Russo. A pergunta tão atual ecoa...Revolta...Abala...

Que país é esse onde o deboche virou rotina, os direitos fumaça e a empatia é coisa de comunista?

Que país é esse que permite a um deputado constranger uma mulher e achar que  ser desrespeitada é um elogio?

Que país é esse onde um menino que joga futebol é humilhado por ser negro?

Que país é esse que criminaliza a homossexualidade e não se respeita o amor, o carinho e a vida?

Que país é esse onde uma pandemia é ridicularizada e a doença tão fatal é chamada de gripezinha?

Perdemos o senso, não há mais respeito, solidariedade e cidadania. A eleição presidencial foi um estopim para que essas pessoas se tornassem libertas para agir, eles contam com o respaldo do tal mito.

O tempo do acolhimento acabou. O coração sangra a cada notícia. Não podemos perder a qualidade de nos indignar.  Nossa voz tem que ser ouvida. Não há a menor possibilidade de nos calar.

Não consigo ser complacente, me perdoe Pai... eles sabem o que fazem.


Ilustração: Bruna Passos





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