Dúvidas em uma noite de verão


     

    A mão estendida. O abraço afetuoso. A conversa que acontece com os olhos brilhando. Encontro de almas ou apenas novos amigos que se conhecem por todo sempre. 


     E qual a hora exata?

 A tristeza teima em aparecer. Por trás da fresta se encontra a luz. O tempo é de espera. De pensar em uma surpresa boa, mas a dureza da vida teima em nos deixar sem opção.

     E de quem é a culpa?

     Tento uma digressão. Mas para que se distanciar, se o objetivo é ficar próximo? Buscar um sinal de afeto que pode acalmar o coração, mas a dor é corrosiva.

      E quem determina?
    
      Uma mudança no caminho. Um desvio de rota. A sombra da verdade aparece. Quero acreditar. A fé sempre foi minha companheira, porém está difícil respirar.

       Será o calor?

    A estação é de festa, de brilho, de rostos felizes... Então por que esse desânimo e essa falta de ação? Como encarar esses dias sem perturbação ou alvoroço?

        É merecimento?

        Não pode ser. Porque aí surge a ideia de fatalidade, de destino ou até acidente. E, essa última palavra já está por demais desgastada e mal usada. Posso e devo mexer na minha história. Há uma nova página em branco para ser preenchida. 

        É liberdade?

       Não invadir requer uma dose de doação. O desejo fica em segundo plano, porque o outro deve ser respeitado. Não é um interesse particular, mas uma necessidade de troca. Compartilhar a agonia exige humildade de entender que nem sempre a aflição conhece a cumplicidade. 

          


       



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