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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Quero respirar

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Quero respirar cidadania mergulhar no sonho real  de que se pode mudar.  Reinventar e,  principalmente,  escrever a história  com um texto limpo, claro e objetivo.  Mas, para isso acontecer, o preço é alto Quero respirar decência Ter certeza que honestidade não é apenas um substantivo em desuso  Caráter é escolha de olhar o outro,  sabendo que o que é de todos,  não é meu. Quero respirar ternura me envolver em um carinho liberto Me jogar, sem julgar,  em um querer aberto. Defender o instante na simples docilidade de ser. Quero respirar emoção Chorar por qualquer coisa Brigar por compaixão Me entregar sem censura,  sem regras e pecado E não pensar em absolvição. Quero respirar verdade Ultrapassar a fantasia Dizer sem controlar o desejo secreto E ver na sombra o reflexo do beijo que não dei do sonho que não vivi da felicidade que desisti. Quero respirar amizade Vibrar com as vitórias Aquecer sorrisos Encantar com o olhar fraterno E enlaçar, no

Distância

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De um modo simples, distância é o espaço entre dois corpos.  Pode ser medida em quilômetros, metros,centímetros e muitas outras unidades. Mas para a alma ela tem outras definições. Uma flecha que atravessa o coração, mexe com os segredos e atormenta os insones. Uma ferida aberta, descoberta e que se encerra em cada desejo do encontro. Uma amor que deságua no rio mais dependente e que se alimenta dessa dor. Um passado que prova que a saudade é subsistência criada para saciar  um futuro que não chega. Uma intranquilidade que não conhece a sensatez e impede passos certeiros e diretos. Uma briga constante com os sonhos, ilude os incautos e transpassa os doces sentimentos. Um tema para poesia, que teima em dançar com o segredo e nasce a valsa do adeus. Uma canção desafinada, uma nota em dó...que desagrega e estraga a melodia. Um brinde de uma só taça. Um silêncio que faz cantar a madrugada num pedido d e socorro .

Viva o rei

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Em um primeiro momento vem a lembrança da Ilha da Fantasia,  série de televisão que teve início em 1978. Um local paradisíaco onde  os desejos eram realizados. E todos acreditam na farsa criada. Anunciada aos berros, nos cantos sombrios do sussurro. E vestem o figurino da ilusão e atiram em que chegar. Disfarçados de luz e amor, oprimem e matam todos os que desejam crescer. O enredo nesse carnaval envenenado  mistura ilusão e praga, falsidade e perigo. O Rei Momo se faz de bobo para sobreviver. E como aliados surgem os covardes e canalhas, que tudo fazem pelo poder. Se é um bando, um grupo ou uma quadrilha... o tempo dirá.  Talvez uma matilha, pronta para atacar. E em uma tocaia bonita se conquista e se fere. E tem início o jogo da sedução. A piada está pronta, mas o público ainda não entendeu. A lei do retorno se perde diante de fatos tão repetitivos.   Não é pasárgada, porém todos querem ser amigos do rei. Mas não são. Na verdade encarnam plebeus travestidos  

Teia, trama... drama

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     Teia, trama... drama     E vem o fio, e passa por cima, por baixo, aperta o nó,  traça a trama e surge a obra.    A agulha fere. E tudo se cruza. Nasce o desenho e não o espelho.     E depois o enredo, da cópia já feita e refeita. Uma  farsa contada e cantada,  e poucos quiseram ouvir, acreditando fazer parte do espetáculo.      Numa sociedade secreta nasce a teoria da conspiração, criada na fantasia ou na realidade, que se põe e impõe na condição de subsistir.      A traição é  sorrateira. Mas, também se alia a trama de um dia de drama.   "Só o inimigo não trai", definiu com maestria Nelson Rodrigues. Mas se existe a convicção da certeza, pode ser considerada tal alternativa?     A indução ao erro pressupõe o engano. Vagarosamente os afagos, os boatos e  o acato são colocados na mesa.  Mudam-se as cadeiras. Quem  terá a primazia do melhor serviço não é definido por prioridade ou dignidade.    Ingenuidade não é mais desculpa. A raposa é c

O esmalte da menina

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  Lembro da primeira vez que fui a um 'salão de beleza' para fazer as unhas. Me senti poderosa. Desbravando um mundo novo com a altivez dos meus 13 anos.  Minha mãe me deu "doze dinheiros", o trabalho custava dez, e  tinha a recomendação expressa de dar dois de caixinha.   Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. A manicure gentil mostrou os esmaltes e pediu para escolher a cor. Um novo mundo se apresentava e tinha que decidir.  E comecei a ver nomes: fog, areia, zaza, rosa antigo, renda, vermelho, vinho, e o branco leitoso. Este último, que era moda na época, hoje está praticamente descartado... mas ainda tenho vontade de arriscar.  Após o trabalho realizado, voltei para a casa com a mão rígida, temerosa e com cuidado para não borrar a obra de arte. A alegria estava estampada no meu rosto. Um peculiar universo se apresentava e não tinha ideia das grandes transformações que estavam acontecendo naquele período.  As recordações chegam de forma