Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2020

Aflição

Imagem
  É de chamar a atenção a casa coberta de verde. Tento desvendar os mistérios e detalhes do local . As janelas estão abertas e  desocupadas,  na loucura da esperança vejo o par sorrindo e fazendo planos. Flores dão um ar quimérico para a cena cantada em soluços nos momentos de afastamento. Pedras na estrada (lembra poeta?) constroem o lar do desejo, na tentativa de ser feliz. Emolduram o silêncio e a gargalhada  na prerrogativa de um improvável  reencontro. O desassossego brinca na teimosia de acreditar.  Contrariando a expectativa, o enredo torna-se repetitivo e a lágrima insiste em ser absoluta. Na velha geladeira o calendário amarelado se desfaz em dias passados lentamente na solidão. Na inspiração do romantismo do século 19, encontro no abandono e na incerteza um simples motivo para sobreviver. * foto: Te Cris Tesser

Ninguém apanha, e é assediada, de graça

Imagem
  Se já não fosse tão sofrido conviver diariamente com mortes e o isolamento social ainda somos atacados com declarações e atitudes de autoridades que nos machucam  sem piedade. Depois da revolta em assistir um juiz dizer a uma mulher que "ninguém agride ninguém de graça". Temos que conviver com o deputado que assedia a colega na maior naturalidade.  "Que país é esse" cantava numa súplica o incrível  Renato Russo. A pergunta tão atual ecoa...Revolta...Abala... Que país é esse onde o deboche virou rotina, os direitos fumaça e a empatia é coisa de comunista? Que país é esse que permite a um deputado constranger uma mulher e achar que  ser desrespeitada é um elogio? Que país é esse onde um menino que joga futebol é humilhado por ser negro? Que país é esse que criminaliza a homossexualidade e não se respeita o amor, o carinho e a vida? Que país é esse onde uma pandemia é ridicularizada e a doença tão fatal é chamada de gripezinha? Perdemos o senso, não há mais respeito,

"Para quê essa ansiedade?"

Imagem
       A pergunta do ministro da Saúde ecoa pelos cantos do País. Absurdada assisto essa declaração de horror e um lamento grita.      A ansiedade vem da angústia em estarmos sem cuidado, sem parâmetro e sem carinho. As incertezas dos dias perpassam na aflição de nos manipularem.      Para quê essa ansiedade? Ora senhor, a resposta parece óbvia. Podemos listar mais de 180 mil motivos.       Estamos em um desgoverno,  abandonados e escravizados por negacionistas que teimam em propagar o desrespeito à ciência.      Gostamos de abraço, gostamos de trabalhar, gostamos da partilha e, principalmente, gostamos de gente. Ao que parece "seu patrão" e asseclas não corroboram da mesma delicadeza.      A inquietação surge a cada notícia da estupidez de quem não tem empatia e desconhece valores sagrados.      O desassossego embaça os olhos dos que estão desde março sem contato com o mundo exterior. Dos que vivem sozinhos e por dias não ouvem ninguém e nem mesmo a própria voz.      A guerr