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Mostrando postagens de agosto, 2018

E na janela há poesia

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Foto: Te Cris Tesser E nos momentos de dor do não saber e não querer do nada ceder e tudo poder Há poesia. E na promessa do criador do nada entender e tudo crer do não prazer e não dever Há poesia E no mundo controlador do não proceder e não defender do nada render e tudo conceder Há poesia E em tempos de inquisidor do nada dizer e tudo perceber do não apreender e não esmorecer Há poesia. E nos sonhos de amor do não sofrer e não ser do nada compreender e tudo viver Há poesia.

Pesadelo

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O relógio aponta 3h34. O coração parece parar e ao mesmo tempo acelera numa dor sem fim. Medo. Seria um passeio inesquecível, (todos foram), então resolvi encarar. Uma visita a um lugar mágico.Algo como um cinema em 4D. Começa um caminho bem escuro e em uma velocidade enorme. Todos foram para um lado e eu, sem perceber, fui para outro lugar. Me perdi. A cada pequeno momento aparecia uma atração surpresa e eu chegava atrasada e não entendia o que estava acontecendo. Primeiro foram muitas pedras em minha direção. Depois tentei encontrar a porta e já estava no meio de outra atração. Alguns me olhavam incrédulos ao se depararem com a minha inabilidade. Tento me acalmar. Surgem golfinhos azuis...Lindos. Mas eram muitos, no início delicados e depois queriam me atacar. Corro. Quero sair dali a qualquer custo. Procuro a saída. Vou em disparada. Em cada canto um evento desconcertante. As pessoas não pareciam felizes. Tinham um olhar distante, frio e sem opções de saída. E de rep

Paciência em jogo

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E vem o rei, persegue a dama, surge o sete... E  o valete é o necessário para conquistar. O três está preso, o cinco é vermelho e tem o oito preto para escolher. E passa o quatro, embala o seis e nada de achar o par. Ampara o nove e pula uma e outra e não dá para desfazer. E volta o sete, mas sem o valete nada vai acontecer. Aparece o seis, mas o choque é grande e nada parece mudar. E vem o dia, brinca com a noite e o jogo é recorrente, difícil de resolver.  Procura o ás, coloca no lugar... Uma esperança paira no ar. Mas sem o dois a sequência não acontece, é hora de embaralhar. Perde a paciência, questiona a inteligência e o destino é desaparecer. Aperta a tecla, antes suave, no desejo de misturar. Um perder e ganhar... O que faz esse oito aqui? Só mais uma rodada antes de dormir.   O corpo está indolente e persegue a vitória para sobreviver.  O telefone não toca. É  só uma armadilha para distanciar.  O três é vermelho, em duplicidade, não dá

Descompasso

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    O dia seguia seu rumo.   O silêncio brincava com o imaginário. Atordoava a esperança cansada de acreditar.     A dor estava estampada em uma vitrine reluzente, impossível de não ver.    Um nada a dizer, um nada a pensar.   As flores emolduravam cada canto da sala oferecendo o consolo para um domingo comum.     Há uma dor oculta que teima em se disfarçar em sono.   Um esquecimento proposital que adormece a expectativa de futuro.   Um andar lento passeia por cada cômodo, na procura do não fazer, do não pensar.    O frio transpassa a roupa bonita. E aguarda alguém para trocar palavras, emoções e saberes. Mas nada acontece.        Na teoria é só dar o primeiro passo, mas o descompasso teima em brincar com o   futuro.     Compreender a solidão é um passo para o amadurecimento ou  a constatação que não há retorno. Ter a percepção de que planos e desejos independem do toque da campainha da porta.