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Mostrando postagens de novembro, 2019

Simples descarte

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Não havia percebido a sombra no sorriso amigo, a nuvem nas atitudes e palavras. A conduta embalava a inveja e os tropeços não deixavam o caminho fluir. Talvez seja o enfrentamento de astros acreditando que o eclipse seja um fenômeno natural na  pretensa amizade. E tal qual uma cena teatral,  o parecer ser é mais forte do que existir. A troca torna-se simples nesse absurdo jogo do poder. Não dá para viver sempre preparada para a próxima armadilha. Imaginar inimigos pairando numa ameaça tênue, com delicadas tramas em uma versão da verdade. Quero a força e não a forca. O algoz prepara o golpe fatal e usa de uma gentileza travestida de carinho. A frase "deixa comigo, eu resolvo" está encoberta por uma sutil  sentença de morte, O que fazer? Aceitar como passividade o desafio, culpando o destino? Ou assumir a Síndrome de Poliana e acreditar na validação subjetiva da aceitação?

Primeiro passo

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Longo o tempo da falta de espaço, do aperto no peito, no desvio do abraço. A vontade de saber ser, briga com o reflexo  estampado no velho retrato. A caminhada tende ao  fracasso, o medo é sombra,  necessário o laço. A ironia da vida brinca com o imaginário. A distância não permite a troca de olhares, e sim de sonhos. É segredo, mas no íntimo entende que não é importante a confidência, pois o  amigo já conhece a história. Numa narrativa de desencontros é difícil desvendar a biografia e contar o que se está cansado de conhecer. Um ombro lembra desabafo. Na troca de afetos não há lugar para embates. Na dúvida resta o primeiro passo.