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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Quem...?

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Quem valoriza a piscadela discreta  que recebeu do príncipe imaginário E percebe o coração descompassado por uma notícia do ausente? Quem adormece no sonho de não ser mais um solitário E escolhe um boa estrada ou a viela esburacada? Quem não mede distância para formar uma aliança de amor E se perde em devaneios acreditando ser a melhor escolha? Quem prega a coerência sabendo que não se tem a certeza? E projeta uma falsa imagem quando o coração sangra por um renascer? Quem respeita os defeitos, constata os limites E entende que pode não ser qualidade o que se supõe de melhor? Quem aponta o erro  E não dá espaço para o acerto? Quem agradece o não que impede dores futuras  E chora por uma saudade que não chegou? Quem mantem o gestual delicado na dança diária E muda o ritmo a cada  mudança de compasso? Quem não se reconhece na foto do passaporte  E está pronto para a próxima viagem? Quem grita no silêncio da madrugada  E pede um su

Desassossego

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 Lutas, gargalhadas e riso insano. Semelhanças, diferenças e vidas que se entrelaçam em um balé de sonhos, de verdades e de conquistas.  Acreditar que não somos “mais um” fortalece a empreitada. O nós e o eu se misturam, a frase pode até ferir a gramática mas, com certeza, acalenta a alma. Amanhã outra estreia, o espetáculo é diário. Enfrento sentimentos dúbios, querendo acreditar, mesmo percebendo no ar o cheiro do embuste, da farsa que se avizinha. O escambo é factual, vale qualquer coisa pela cadeira real. O recado surge em uma estocada. No baile de máscaras não há convite para  dançar. O que vale é o rosto coberto por uma dissimulação dourada, que ilude o mais incauto dos presentes. Seria ingenuidade?  A neutralidade não dá o senso de justiça. Há que se tomar uma posição. A quem chamar de irmão? De onde virá o abraço fraterno? Quem dará o beijo do juízo final? Quem distribuirá as armas para o extermínio? O medo não impede a mudança histórica. A trama é

Tem que pagar

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Dividas e créditos acumulados. Um novo ano chega com imposto. A palavra determina:  não há escolha. Tem que pagar. Se é transferência, código de barras Ou na boca do caixa, não importa.  Tem que pagar... Com moedas, em espécie,  cédulas, títulos e cheques...  Tem que pagar. É  luz, água, condomínio. É cartão com prazeres.   Da conveniência ao supermercado Seja qual for a bandeira Tem que pagar.  Celular presente,  na urgência dos contatos  e contratos com a distância. Tem que pagar. Proventos, comissões, parcelas e despesas. Chegam notícias de propina que se instalam num segundo na tela. Promissórias e mais histórias Tem que pagar. Obrigação, estorno, encargo. O avô português jamais admitira calote. O dever.   A data do vencimento. A taxa indevida  e o cuidado com o SPC. Tem que pagar. E depois de tudo Tem que guardar. Um ano, dois ...  alguns dizem que são cinco... E juntam-se comprovantes. Agrega uma doação