Tem que pagar

Dividas e créditos acumulados.
Um novo ano chega com imposto.
A palavra determina: 
não há escolha.
Tem que pagar.

Se é transferência, código de barras
Ou na boca do caixa, não importa. 
Tem que pagar...

Com moedas, em espécie, 
cédulas, títulos e cheques... 
Tem que pagar.

É  luz, água, condomínio.
É cartão com prazeres.  
Da conveniência ao supermercado
Seja qual for a bandeira
Tem que pagar. 

Celular presente,  na urgência dos contatos 
e contratos com a distância.
Tem que pagar.

Proventos, comissões, parcelas e despesas.
Chegam notícias de propina
que se instalam num segundo na tela.
Promissórias e mais histórias
Tem que pagar.

Obrigação, estorno, encargo.
O avô português jamais admitira calote. O dever.  
A data do vencimento. A taxa indevida 
e o cuidado com o SPC.
Tem que pagar.

E depois de tudo
Tem que guardar.
Um ano, dois ...  alguns dizem que são cinco...
E juntam-se comprovantes.
Agrega uma doação compulsória. 
Tem que pagar.

Um alívio de tranquilidade
O  salário pode deixar tudo zerado.
Zerada fica a esperança de continuar.
A inflação, o demônio que corrói
No oficial ela não existe.
Mas ela insiste em se fazer notar.
Uma declaração, e outra...
Lá se vai mais um papel.
E se recicla. E o comprovante para anexar.

No próximo mês o leão.
Ele não tem pena, não pensa e se apresenta feroz.
E a renda não tecida e, por vezes, não garantida
É pouca para negociar.
Para viver e sobreviver

Tem que pagar.



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