Quem...?



Quem valoriza a piscadela discreta  que recebeu do príncipe imaginário
E percebe o coração descompassado por uma notícia do ausente?

Quem adormece no sonho de não ser mais um solitário
E escolhe um boa estrada ou a viela esburacada?

Quem não mede distância para formar uma aliança de amor
E se perde em devaneios acreditando ser a melhor escolha?

Quem prega a coerência sabendo que não se tem a certeza?
E projeta uma falsa imagem quando o coração sangra por um renascer?

Quem respeita os defeitos, constata os limites
E entende que pode não ser qualidade o que se supõe de melhor?

Quem aponta o erro 
E não dá espaço para o acerto?

Quem agradece o não que impede dores futuras 
E chora por uma saudade que não chegou?

Quem mantem o gestual delicado na dança diária
E muda o ritmo a cada  mudança de compasso?

Quem não se reconhece na foto do passaporte 
E está pronto para a próxima viagem?

Quem grita no silêncio da madrugada 
E pede um sussurro ao amanhecer?

Quem se afirma em sua constante identidade
E se perde totalmente em sua singularidade?

Quem sabe?
Quem interfere?
Quem decide?

Quem...?





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