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Mostrando postagens de 2018

Cadê a sanidade

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O sol me acorda. Na lentidão de uma noite mal dormida, um novo dia deve começar. Ainda sem planos oficiais, revisito a coragem de encarar o desafio. Assumo o risco. Vou até a cozinha buscar um café... na mão o controle remoto da tv...  Volto para a sala com a sagrada xícara,  quero mudar de canal,  cadê o aparelho?  Entro na cozinha, pego o controle e esqueço o café... Tenho que refazer novamente o trajeto... Moral da história:  para manter o controle só com café.

Sou o rei da rede

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foto Te Cris Falo, discuto, omito e minto. Eu oprimo, imagino Eu posso Eu sou Eu mando. Supremo ser que tem o poder de magoar, de esconder e mostrar O tempo da florzinha para a menininha e o bom dia para a minha tia. Tudo acabou. Agora é guerra. A mensagem de paz, da criancinha brincando, do marmanjo escorregando e a piada sem graça não têm mais vez. Estou na praça do sofá. Elevo minha voz, defendo a bandeira seja ela da cor que eu quiser. Não. Nunca mais. É fake , mas não é news . Defendo, ofendo e não necessito compreender. Fim do abraço. do laço. Uso a fé, faço conchavo para as ideias defender. Um intuito súbito para vencer e dominar. A rede é minha, ganha ou perde, quem souber pescar.

Não ao diálogo

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Foto : Te Cris Frases carregadas de preconceito. Verdades que parecem tiradas de um anedotário vulgar. Um quinhão fatal que envolve os incautos, e estes repetem  clichês simplórios e demagógicos. Qualquer fala torna-se uma tese, um julgamento, uma certeza absoluta  e propaga interesses próprios, negando o bem comum. Quem está tecendo essa trama? São tantos dizeres e ninguém a escutar.  Gênios com a resposta, arautos se julgam no direito de  representar uma ação popular e decretar o que dizer e o que pensar. Pobres mortais manipulados por tantas convicções, estabelecendo o convencimento como forma de poder. Definem a cor, assumem símbolos e decretam o bem ou o mal na autoridade, tão comum, dos ignorantes. Não há diálogo. O passado não serve de exemplo, a história é negada,  em cada esquina há o enfrentamento. O orador triste cansou de discutir.

Apenas

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Foto: Te Cris Tesser Cada minuto que chega é a certeza de um minuto que passou. E nesse compasso de espera, de dores e amores, nasce um sonho. Surge uma derrota aparente   e invade a parte escondida  de alguém que precisa renascer. Cada segundo que passa é a incerteza do que restou. E nesse intervalo de abandono, de medos e anseios, morre um pesadelo. Surge uma vitória carente e confunde a parte mais otimista de alguém que merece apenas ser.

E na janela há poesia

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Foto: Te Cris Tesser E nos momentos de dor do não saber e não querer do nada ceder e tudo poder Há poesia. E na promessa do criador do nada entender e tudo crer do não prazer e não dever Há poesia E no mundo controlador do não proceder e não defender do nada render e tudo conceder Há poesia E em tempos de inquisidor do nada dizer e tudo perceber do não apreender e não esmorecer Há poesia. E nos sonhos de amor do não sofrer e não ser do nada compreender e tudo viver Há poesia.

Pesadelo

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O relógio aponta 3h34. O coração parece parar e ao mesmo tempo acelera numa dor sem fim. Medo. Seria um passeio inesquecível, (todos foram), então resolvi encarar. Uma visita a um lugar mágico.Algo como um cinema em 4D. Começa um caminho bem escuro e em uma velocidade enorme. Todos foram para um lado e eu, sem perceber, fui para outro lugar. Me perdi. A cada pequeno momento aparecia uma atração surpresa e eu chegava atrasada e não entendia o que estava acontecendo. Primeiro foram muitas pedras em minha direção. Depois tentei encontrar a porta e já estava no meio de outra atração. Alguns me olhavam incrédulos ao se depararem com a minha inabilidade. Tento me acalmar. Surgem golfinhos azuis...Lindos. Mas eram muitos, no início delicados e depois queriam me atacar. Corro. Quero sair dali a qualquer custo. Procuro a saída. Vou em disparada. Em cada canto um evento desconcertante. As pessoas não pareciam felizes. Tinham um olhar distante, frio e sem opções de saída. E de rep

Paciência em jogo

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E vem o rei, persegue a dama, surge o sete... E  o valete é o necessário para conquistar. O três está preso, o cinco é vermelho e tem o oito preto para escolher. E passa o quatro, embala o seis e nada de achar o par. Ampara o nove e pula uma e outra e não dá para desfazer. E volta o sete, mas sem o valete nada vai acontecer. Aparece o seis, mas o choque é grande e nada parece mudar. E vem o dia, brinca com a noite e o jogo é recorrente, difícil de resolver.  Procura o ás, coloca no lugar... Uma esperança paira no ar. Mas sem o dois a sequência não acontece, é hora de embaralhar. Perde a paciência, questiona a inteligência e o destino é desaparecer. Aperta a tecla, antes suave, no desejo de misturar. Um perder e ganhar... O que faz esse oito aqui? Só mais uma rodada antes de dormir.   O corpo está indolente e persegue a vitória para sobreviver.  O telefone não toca. É  só uma armadilha para distanciar.  O três é vermelho, em duplicidade, não dá

Descompasso

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    O dia seguia seu rumo.   O silêncio brincava com o imaginário. Atordoava a esperança cansada de acreditar.     A dor estava estampada em uma vitrine reluzente, impossível de não ver.    Um nada a dizer, um nada a pensar.   As flores emolduravam cada canto da sala oferecendo o consolo para um domingo comum.     Há uma dor oculta que teima em se disfarçar em sono.   Um esquecimento proposital que adormece a expectativa de futuro.   Um andar lento passeia por cada cômodo, na procura do não fazer, do não pensar.    O frio transpassa a roupa bonita. E aguarda alguém para trocar palavras, emoções e saberes. Mas nada acontece.        Na teoria é só dar o primeiro passo, mas o descompasso teima em brincar com o   futuro.     Compreender a solidão é um passo para o amadurecimento ou  a constatação que não há retorno. Ter a percepção de que planos e desejos independem do toque da campainha da porta.

O sem noção

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Está em todos os lugares.  Aparece de repente e acredita que faz tudo para tornar a sua vida melhor. Chega na hora errada e confia ser perfeito. Resolve todos os problemas e praticamente se instala em seu espaço. Não é um chato, vai além. É inconveniente em suas certezas. Não á apenas o dono da verdade, ele a criou com seu coração puro. Faz discurso,  cita pensadores e acima de tudo imagina que é um ser especial sem máculas, e que só deseja o bem da humanidade. O umbigo é a realidade mais próxima que conhece. O show é dele. O ator principal de um monólogo monótono convicto de sua soberba. Angaria simpatias e soluciona qualquer infortúnio, na maioria das vezes criado por ele.  É o rei do "acho que..."Muitos achados para poucos perdidos.  A dor do outro pouco importa. Tem o dom de aplacar qualquer aperto. Não importa se você tem um compromisso, se está cansada ou com preguiça.  Ele se instala com sua arrogância infantil. Não aceita o não, afinal p

Encontro marcado

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Vidas  se encontram  e oferecem um motivo para ser. Tudo preparado com a beleza da ternura. As flores brincam com o imaginário e aguardam, ansiosamente, a chegada da brisa que acalmará o coração empedernido, cansado de tantos nãos. Num canto, os lugares vazios oferecem espaço para os as vozes que vão tornar o sonho real. É necessário o entendimento. A trilha para chegar remete a um caminho definido. Lapidar os desejos, entender promessas e negar dores acumuladas pode ser libertador. Falta coragem! Como explicar o temor do não? Como libertar o desejo de quereres antigos, o encantamento de estradas esquecidas e a absurda tentativa de ser feliz? Como enfrentar o silêncio da mensagem cifrada, da intuição que teima em ser nebulosa e a angústia do tempo que brinca com a espera? Numa dimensão metafísica tudo está além e aquém. O cenário é perfeito.   Falta apenas, e tão somente, o abraço envolvente.

Viajar é arejar a alma

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Correr riscos Lidar com imprevistos.. . Viajar é abrir portas e janelas Arejar a alma Redescobrir perfumes Discutir sensações Intuir desejos. Viajar é um descortinar de emoções E num voo cego jogar-se ao desconhecido, Verdadeiro ou imaginário, Em recortes para sonhar. Viajar é guardar detalhes Um lembrar constante do ausente, Que se faz presente, Em cada troca de lugar. Viajar é saber-se descontente E viver o instante eternamente Na presença de ser. Viajar é despojar-se de culpas Encontrar momentos

Indolência

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Começa de forma repentina.  O ar parece acabar e a fragilidade do tempo se torna impotente diante do sofrimento que se avizinha. É falta, é saudade e a sensação de aperto embaça o espelho cansado de ver a pele marcada e ouvir a mesma ladainha. O batimento cardíaco é imperceptível, quase insignificante.  Arrumar as almofadas, redecorar a sala parece um recurso plausível. Admitir a incapacidade de mudança requer um esforço além do planejado. Uma valentia suprema que tenta acalmar a preguiça, a indolência que nega a prática de qualquer ação. O toque do celular denuncia a chegada de mensagens de otimismo, mas a fatalidade de quem as interpreta não permite qualquer afago. Busco a voz do amigo mais antigo, não dá para conversar...está indo para Lisboa. Terra do fado, da canção que faz chorar a alma. Compras sempre se apresentam como certeza de terapia. Passear no shopping exige uma disposição que não encontro. A solução está nos sites. "Raios que o partam"! Por qu

O imponderável

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Tudo preparado com requinte de um salão de chá inglês.  Palavras não ditas e medidas, gestos e sentidos calculados e a falsa certeza de que sonhos se realizam. No palco vazio, a atormentada espera dos atores. Toca o terceiro sinal e a representação novamente acontece. Todos os detalhes são reproduzidos na sangria do espetáculo diário, que emociona e questiona delírios. Quem testemunhará tamanha inquietação? O autor supremo move destinos, cria enredos e propõe uma ação diferenciada que dificulta a naturalidade do encontro. Se tivesse coragem tudo poderia ser tão simples. Mas a covardia impõe fracassos, uma espera que deixa tudo ser explicado pela divina providência. Dar o primeiro passo seria o bastante para acalmar a longa jornada. Vitimizar parece a solução mais aceitável.   Qualquer um pode ser o carrasco que vai aplacar a dor que se auto alimenta sem generosidade aparente. E assim, não há o risco de assumir o propósito e a culpa fica depositada em outra esfer

Resistir sempre

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    Sempre fui apaixonada por histórias. Desde garota, meu avô, Antônio de Carvalho, desenhava lindas noites contando, mostrando e apresentando personagens maravilhosos. Falava da sua terra natal, Guarda, em Portugal, de fatos políticos e da memória afetiva.   Sua frase famosa nos encontros familiares era: “Minha vida bem contada é um romance. Essa, talvez, tenha sido a maior motivação para meus rabiscos poéticos.     O blog Pura Resistência surge da vontade de querer aprender e apreender cada vez mais. Acredito no princípio que comunicar é um direito de todo cidadão. É preciso que instrumentos estejam disponíveis para compartilhar essas informações.     O cotidiano merece uma reflexão. A ideia principal é trocar emoções. Desde de um olhar sobre o nascer de uma flor, o cheiro de café que invade a casa...até mesmo a reação perante uma injustiça.     Em cada rabisco poético, converso com minhas imperfeições e qualidades. Por vezes, transformo minha dura fragilidade em band

Rasgam-se histórias

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Ilustração: Bruna Passos      Tal qual o papel que perdeu seu valor, muitas  histórias são jogadas fora. Descartadas, sem direito de escolha. Uma vida é passada no triturador e tudo vai para a lata comum. Não há espaço para reciclagem. O que é notoriedade? Será que é necessário conquistar a fama a qualquer preço e daí, ter uma grande importância social? Qual a data de inscrição para o próximo reality show? A cada segundo um novo acontecimento, um arrependimento ou apenas, um momento. Uma passagem ao infinito que se supõe o encontro esperado. Um lugar do reconhecimento perdido, esquecido em teses de estranhas memórias. Na crônica diária, morre um pouco a tranquilidade e a emoção é um perigo. Tempos difíceis. Se julga, se nega, se ausenta sem ao menos perceber a verdade do entendimento. E surge o imponderável. Não há alternativa. Morrem os narradores, desaparecem os personagens. A ideia de folhear instantes vividos torna-se, muitas vezes, uma fábula mal contada.

Proximidade

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  Menestréis e poetas somam dores e desejos; amores descabidos e irrealizados.   Em uma nota desafinada o trovador urbano não encontra a rima definitiva para conquistar.   Uma volta e volta e meia, a corte soberana dita normas em um passo cansado de tentar.  Para encontrar as semelhanças é necessário garimpar pequenos  cristais na esperança do acontecer.  Que surpresa pode surgir do olhar cansado e da altivez do momento?    Um lamento, uma foto e a vida insiste em levar a proximidade criada na genialidade do sonho tão distante.    Teimosia em confiar na fantasia dos apaixonados, que protege os desejos e vive um misterioso deleite.    Que na desventura dos desencontros, um tilintar suave junte os corpos e marque definitivamente o aconchego do amor distante.

Quem...?

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Quem valoriza a piscadela discreta  que recebeu do príncipe imaginário E percebe o coração descompassado por uma notícia do ausente? Quem adormece no sonho de não ser mais um solitário E escolhe um boa estrada ou a viela esburacada? Quem não mede distância para formar uma aliança de amor E se perde em devaneios acreditando ser a melhor escolha? Quem prega a coerência sabendo que não se tem a certeza? E projeta uma falsa imagem quando o coração sangra por um renascer? Quem respeita os defeitos, constata os limites E entende que pode não ser qualidade o que se supõe de melhor? Quem aponta o erro  E não dá espaço para o acerto? Quem agradece o não que impede dores futuras  E chora por uma saudade que não chegou? Quem mantem o gestual delicado na dança diária E muda o ritmo a cada  mudança de compasso? Quem não se reconhece na foto do passaporte  E está pronto para a próxima viagem? Quem grita no silêncio da madrugada  E pede um su

Desassossego

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 Lutas, gargalhadas e riso insano. Semelhanças, diferenças e vidas que se entrelaçam em um balé de sonhos, de verdades e de conquistas.  Acreditar que não somos “mais um” fortalece a empreitada. O nós e o eu se misturam, a frase pode até ferir a gramática mas, com certeza, acalenta a alma. Amanhã outra estreia, o espetáculo é diário. Enfrento sentimentos dúbios, querendo acreditar, mesmo percebendo no ar o cheiro do embuste, da farsa que se avizinha. O escambo é factual, vale qualquer coisa pela cadeira real. O recado surge em uma estocada. No baile de máscaras não há convite para  dançar. O que vale é o rosto coberto por uma dissimulação dourada, que ilude o mais incauto dos presentes. Seria ingenuidade?  A neutralidade não dá o senso de justiça. Há que se tomar uma posição. A quem chamar de irmão? De onde virá o abraço fraterno? Quem dará o beijo do juízo final? Quem distribuirá as armas para o extermínio? O medo não impede a mudança histórica. A trama é

Tem que pagar

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Dividas e créditos acumulados. Um novo ano chega com imposto. A palavra determina:  não há escolha. Tem que pagar. Se é transferência, código de barras Ou na boca do caixa, não importa.  Tem que pagar... Com moedas, em espécie,  cédulas, títulos e cheques...  Tem que pagar. É  luz, água, condomínio. É cartão com prazeres.   Da conveniência ao supermercado Seja qual for a bandeira Tem que pagar.  Celular presente,  na urgência dos contatos  e contratos com a distância. Tem que pagar. Proventos, comissões, parcelas e despesas. Chegam notícias de propina que se instalam num segundo na tela. Promissórias e mais histórias Tem que pagar. Obrigação, estorno, encargo. O avô português jamais admitira calote. O dever.   A data do vencimento. A taxa indevida  e o cuidado com o SPC. Tem que pagar. E depois de tudo Tem que guardar. Um ano, dois ...  alguns dizem que são cinco... E juntam-se comprovantes. Agrega uma doação

Efeito

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Penso em seu olhar             em céu luar Sedento por frases               em fases Ensaio um ato             um fato O jogo é falho               no grito                           me calo.

A fé sabe da estrada

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Não há distância mais longa do que as mãos separadas Uma estrada extensa, um caminho para ser percorrido. Por vezes acompanhado, em outros momentos só, mas não em solidão.  A situação requer cautela, mas a dor precisa ser amainada. Há que se ter serenidade ao perceber que a trilha pode conter obstáculos, ser um lugar ermo ou eterno. Nesse itinerário temos o direito de ficar em silêncio, de pensar e não pensar, errar e acertar, mudar de direção, chorar e gargalhar, mal dizer e bem dizer.  O sonho é meu e a idealização pode frustrar. Encarar ou desistir? As circunstâncias são impostas, já foi dado o terceiro sinal e o  espetáculo precisa começar. Sem ensaio, sem rascunho, sem preparação, sem releitura. E nesse instante sagrado é necessário acreditar que seres especiais se apresentam e nos fazem entender que um ombro e um abraço tornam tudo sagrado. A amizade é uma das faces mais visíveis do amor, um pedacinho do céu num sonho que faz falta. É a mão estendida e o c

Cativeiro

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Porta fechada. Proteção demasiada. A vida está, nesse minuto, tentando separar e unir. A certeza do nada impede a decisão.  Fazer a mala e correr nessa aventura ou mais uma vez ponderar? Racionalizar o amor é uma atitude de quem quer o controle ou tem medo da entrega? Dúvidas... Brincar com o acaso calculado e ao virar a esquina o pensamento torna-se  concreto. Quem pode aprisionar o desejo da troca e das mãos unidas? Como escapar da esperança, que teima em ser companheira, nesse mundo de tantos nãos.  "Só os que perderam a cabeça sabem raciocinar" lembra Oscar Wilde.  Questiono. A cautela, por vezes, aprisiona momentos e sonhos. A prudência, tão decantada, fica presa aos tolos preconceitos.   A responsabilidade torna-se fundamental ao cumprir um papel estipulado e permanecer acreditando que a luta é diária. A coragem brinca com a covardia dos sonhos escondidos. E não é absurdo pensar que a libertação está no próximo passo. A flor, mesmo em um