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Mostrando postagens de abril, 2020

Janela, minha companheira

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Sempre fui fascinada por janelas. Nas viagens fico encantada por molduras tão diferentes, registro tudo e nascem as fotos. Imagino histórias, me prendo aos detalhes, cores e formatos. Quantos segredos! Por quase toda a minha vida, a visão sempre foi do meu quintal. E tal qual adolescente eu sonhava em ter a experiência de debruçar, ver e rever o mundo. E aí tudo mudou. Nessa solitude continuada, com a porta fechada e o entendimento do "fique em casa", vislumbro do oitavo andar um diálogo com o mundo. Escancaro meus devaneios, busco detalhes e participo de conversas inexistentes. Com uma xícara de café agradeço em oração o nascer de mais um dia. Atenta ao movimento das ondas do mar, decido o clima. E me preparo para vivenciar momentos. Alguém com passos acelerados tem que parar no ponto de ônibus, a longa espera  e a certeza de chegar, mas sem saber quando. A menina anda com olhar pregado no celular  aceleradamente escreve mensagens e não percebe o bur

Silêncio

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Uma echarpe de seda vermelha desce do cabideiro e grita ao bater no chão. O tilintar da colher, na companheira xícara de café, ecoa pelo corredor da casa e lembra que há um mundo a se redescobrir. Nas janelas as panelas tornam-se a voz de uma sociedade cansada de tanta humilhação. Na parede branca um jogo de letras se forma e a saudade é denunciada em neon. O antigo relógio anuncia o passar de horas com um canto desafinado. Não há vozes, pode se ouvir  ao longe uma toada triste, na dor de uma ode ao exílio. E mais um dia termina em silêncio foto: Te Cris