Era uma casa simples, um terraço, dois quartos, uma sala ampla, uma cozinha e um banheiro grande. Nos fundos tinha um quintal bonito, com uma figueira que dava frutos brancos, portugueses. Na lateral uma parreira carregada de uvas rosadas e pretas, que se confundiam com as flores brancas, bem miúdas, do sabugueiro, que enfeitava a paisagem e cobria quase todo o terraço. No jardim muitas plantas, flores e uma árvore central onde eu colocava um cabo de vassoura, com um microfone de latinha de massa de tomates, que eu usava para cantar, apresentar meus programas favoritos e imitar o Ronald Golias. Meu avô Antônio estava sempre muito bem vestido, usava gravata e calça social com suspensórios. A tarde, sentava-se em sua cadeira grande, feita de vime, e contava suas fantásticas histórias. Eu ficava bem pertinho dele, escutando com atenção frase por frase. Ele parecia um contador de fábulas dos filmes infantis. Sendo a moleca d
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