"Fique bem, minha tia"


Uma nova semana sempre se anuncia com uma perspectiva de outras histórias e a esperança de lindas surpresas. 



Por vezes, já sabemos o que vamos enfrentar, mas quase sempre surge a ideia do inesperado, de algo novo e surpreendente.


Hoje, o texto vem carregado de uma emoção diferente. A dor se apresentou ao virar uma esquina, ao atender uma ligação logo que o dia amanheceu.


Me adornei de uma falsa coragem e encarei o que tinha que ser. Busquei na fé a inspiração, nos amigos o ombro e, mesmo procurando apoio, também tentei ser companheira.

Cada minuto era precioso e tinha a duração de uma hora. Os olhares eram de total incredulidade. Já sabiam a resposta para a pergunta que não poderia ser feita.

Tudo o que a agenda gritava como importante, deixou de existir. A grande corrida contra o tempo era um golpe certeiro na fragilidade humana.

As recordações chegam em flashes. Quando você nasceu eu tinha 12 anos. Lembro de detalhes marcantes. O filme dos Trapalhões, as alças da bolsa nova que ficaram marcadas com seus dentinhos. O bolo de chocolate com muita calda de chocolate. A pipoca que chegava quentinha amarrada no saco plástico. E a carinha meio sem graça, mas ao mesmo tempo repleta de orgulho, quando eu afirmava: "é o meu sobrinho favorito".


Lindo menino, filho e pai dedicado, solidário com todos e companheiro eterno.

Ainda não acredito, Zé Carlos. Pensei muito se deveria ou não escrever sobre essa falta, essa angústia que teima em marcar os passos diários. Mas,  uma aluna linda disse: "profe, escreva... assim esse amor fica eternizado". Aceitei o conselho.

Talvez a minha fé seja a meta para acalmar o coração que sangra. E, ao mesmo tempo me faz agradecer por ter compartilhado tantas coisas com você.

Faço agora um juramento e tentarei cumprir o pedido que você me fez : "fique bem, minha tia". 





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