Terceiro sinal


Noite de estreia. 
É visível  tensão dos últimos ajustes.  O cenário requer cuidado, a interpretação  tem que ser impecável, mas, tal qual o jogo diário, admite improvisos e surpresas.

O diretor maior acredita no elenco, falta pouco para  abrir as cortinas. Teremos sorrisos do público? Aplausos em cena aberta? Silêncio? Ou um celular interromperá o diálogo.


Primeiro sinal. Na palteia o burburinho é intenso. Cada qual buscando o seu lugar. No palco, coadjuvantes anônimos complementam a cena garantido o desempenho  dos artistas principais.

Na coxia ainda se ouve uma oração. Olhares tensos e esperançosos determinam a insensatez do momento. Nos bastidores não há mais tempo para ajustes.

Segundo sinal.  Coração apertado. Um abrir de asas na emoção.  A loucura dará vida aos personagens e a expectativa da incerteza brinca com os saltimbancos insanos.

O momento é agora. Foi dado o terceiro sinal. Não há como voltar no tempo.  O futuro se apresenta e não há ensaio. O espetáculo vai começar. E numa corrente de hesitação o abraço apertado alimenta, mas não determina o futuro.

Que seja um sucesso de público e critica. E, seguindo a tradição das antigas companhias teatrais da França:  Mérde 2020.


Foto: Te Cris

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