Gosto de canetas

Ainda gosto de escrever com caneta. 

Ela vai suave, quando no rabisco a palavra é de calmaria.

Afronta na hora em que tento clarear as ideias e teima em seguir outro rumo, em busca de direção.

Respeita minha letra legível, mas horrível.

Será personalidade, pressa? Ou uma loucura que não permite distrair? Decifrar garranchos, fórmulas e o que há por vir.

Recordo como um desperdício os cadernos de caligrafia que fiz!!! 

Posso rasurar o erro com fúria, aniquilar definitivamente a dor.

Não uso borracha. Prefiro, que mesmo oculto, o texto tenha a marca de um poeta amador.

Ainda gosto de escrever com caneta

Mesmo quando some na minha frente, é esquecida, trocada, roubada...

Mas o simbólico é presente.

Não descarrega, mas carrega no seu íntimo toda depressão e euforia escondidas no meu mundo. Respeita a hora e lugar.

Afaga, mas não apaga. Oferece dúvida, não lamenta sozinha, entrega a vida, mas não poupa a morte.

Ainda gosto de escrever com caneta.

Guardiã do meu segredo, do meu medo, do meu degredo, do meu enredo.

Encontro no papel desafiador a coragem  para grandes devaneios, desatinos, destinos....

 

Comentários

  1. Gosto de canetas. E como é gostoso escrever com caneta... E como foi gostoso ler esse texto, TeCris!
    Tá bonito o teu blog!
    Bjos.

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