Eu confesso

Eu confesso
a eterna mania de achar que não vai dar certo
o drama presente em ato desenhado
na conformidade do tempo
e no dito destino decantado.
Eu confesso
a intolerância com a injustiça
a falta de paciência e perspectiva
e a grande intransigência com o poder.
Eu confesso
a dor latente da saudade
a vontade de correr ao encontro
e o medo da rejeição.
Eu confesso
minha fragilidade diante de coisas pequenas
a grandeza no enfrentamento do perigo
e o aperto no coração.
Eu confesso
a carência por um sorriso
a esperança da mudança
e o medo do inesperado.
Eu confesso
a insegurança na velhice
a dor na certeza da finitude
e o medo do abandono.
Eu confesso 
que amo sem medida
que temo invadir
mas sou uma criança 
no desejo de existir.
Eu confesso 
que sofro e rezo por quem amo
e me amparo na fé
para (re) agir.
Eu confesso
que acredito na promoção do outro
porque promover é amar
e amar é se dar.
Eu confesso
que também gosto de carinho
que preciso de um afago
e um abraço pode me curar.
Eu confesso
minha transparência
e pago um preço alto
por não arriscar.
Eu confesso
que o tempo me amedronta
quando a hora vira segundo
e o espelho grita autoritário:
avante... levante...
vai ser feliz.

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