Os mais diferentes comentários, frases, dores, amores, piadas... Tudo passou a ter o acompanhamento das palavras compartilhar e/ou curtir. Parece que nada mais acontece se as duas ‘irmãs’ não estiverem presentes. Penso e repenso. Compartilhar, no dicionário, significa tomar parte, participar com alguém. Dar algo seu ou mesmo se dar. Também pode ser dividir sem reservas, sem egoísmo. Curtir. Logo me vem na lembrança o movimento hippie, “paz e amor”. Curtir uma festa, um bom momento, um baile de garagem. Mas, curtir também é uma dor latente, sofrer, calejar... padecer. A rapidez dos novos tempos nos faz compartilhar e curtir a todo o momento. Está cada vez mais distante o compartilhar de um café com um amigo e contar e ouvir histórias. Vivenciar alegria do outro, ficar horas no telefone ouvindo e partilhando novidades de antigas paixões. Por vezes curto instantes mágicos do nascer do sol, da chuva e
"Nossa! Como o ano está passando rápido, já estamos em novembro e daqui a pouco é Natal" Tento lembrar de quantas vezes ouvi essa frase ao longo da minha vida. É sempre a mesma rotina.Já penso no arrepio ao ouvir canção. "Então é Natal, o que você fez, o ano termina e nasce outra vez". Procuro a original na voz John Lennon, mas tenho que confessar, a depressão é a mesma. Qual o problema se daqui a pouco é Natal? Que chatice! O que muda? Sendo otimista, penso no hoje. Quero enfeitar minha alma com luzes brilhantes, cantar sem motivo, me dar presentes verdadeiros, esquecer a correria e as filas. Quero brindar os minutos de vida, que teimam, por vezes, em ser segundos. Quero enfrentar cada dia sendo especial. Mas, não dá! Chico Buarque tem razão: "A gente quer ter voz ativa
Era uma casa simples, um terraço, dois quartos, uma sala ampla, uma cozinha e um banheiro grande. Nos fundos tinha um quintal bonito, com uma figueira que dava frutos brancos, portugueses. Na lateral uma parreira carregada de uvas rosadas e pretas, que se confundiam com as flores brancas, bem miúdas, do sabugueiro, que enfeitava a paisagem e cobria quase todo o terraço. No jardim muitas plantas, flores e uma árvore central onde eu colocava um cabo de vassoura, com um microfone de latinha de massa de tomates, que eu usava para cantar, apresentar meus programas favoritos e imitar o Ronald Golias. Meu avô Antônio estava sempre muito bem vestido, usava gravata e calça social com suspensórios. A tarde, sentava-se em sua cadeira grande, feita de vime, e contava suas fantásticas histórias. Eu ficava bem pertinho dele, escutando com atenção frase por frase. Ele parecia um contador de fábulas dos filmes infantis. Sendo a moleca d
Se tivesse ficado ao lado o café teria mais sabor!
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